Anarchia unica via?
5 estrellas
Le colpe e i meriti, le macchie e le luminosità della nostra vita sono solo merito nostro?
Shevek, a brilliant physicist, decides to take action. He will seek answers, question the unquestionable, and attempt to tear down the walls of hatred that have isolated his planet of anarchists from the rest of the civilized universe. To do this dangerous task will mean giving up his family and possibly his life. Shevek must make the unprecedented journey to the planet, Anarres, to challenge the complex structures of life and living, and ignite the fires of change.
Shevek, a brilliant physicist, decides to take action. He will seek answers, question the unquestionable, and attempt to tear down the walls of hatred that have isolated his planet of anarchists from the rest of the civilized universe. To do this dangerous task will mean giving up his family and possibly his life. Shevek must make the unprecedented journey to the planet, Anarres, to challenge the complex structures of life and living, and ignite the fires of change.
Le colpe e i meriti, le macchie e le luminosità della nostra vita sono solo merito nostro?
( sol2070.in/2025/07/os-despossuidos-ursula-le-guin/ )
Reli recentemente Os Despossuídos (1974, 384 pgs), de Ursula K. Le Guin. Fiquei impressionado sobre como foi superficial e acelerada minha primeira leitura, há três anos. Não só tinha esquecido como é excelente, mas muitas coisas nem percebi ou vi só de relance.
O romance costuma ser chamado de “a melhor ficção anarquista[^1] já escrita”. Além disso, inclui especulações instigantes sobre a natureza do universo — na ideia de que o espaço (e, consequentemente, o tempo) é uma limitação específica da mente e percepção humanas, e não uma realidade física — e o problema ético sobre os fins justificarem os meios.
Como sempre, a humanidade das personagens é muito tocante — marca característica da consagrada escritora, asssim como o pano de fundo sociopolítico-ambiental.
Conta a estória de Shevek, um físico à beira de revelar uma teoria revolucionária. Ele é nativo do planeta Anarres, …
( sol2070.in/2025/07/os-despossuidos-ursula-le-guin/ )
Reli recentemente Os Despossuídos (1974, 384 pgs), de Ursula K. Le Guin. Fiquei impressionado sobre como foi superficial e acelerada minha primeira leitura, há três anos. Não só tinha esquecido como é excelente, mas muitas coisas nem percebi ou vi só de relance.
O romance costuma ser chamado de “a melhor ficção anarquista[^1] já escrita”. Além disso, inclui especulações instigantes sobre a natureza do universo — na ideia de que o espaço (e, consequentemente, o tempo) é uma limitação específica da mente e percepção humanas, e não uma realidade física — e o problema ético sobre os fins justificarem os meios.
Como sempre, a humanidade das personagens é muito tocante — marca característica da consagrada escritora, asssim como o pano de fundo sociopolítico-ambiental.
Conta a estória de Shevek, um físico à beira de revelar uma teoria revolucionária. Ele é nativo do planeta Anarres, quase desértico, onde as pessoas vivem sem hierarquias e autoridades, compartilhando tudo, mas entre dificuldades ambientais e de abastecimento. Anarres fica próximo do planeta Urras, um sendo a lua do outro. São espelhos invertidos. Urras é como a Terra hoje, há natureza relativamente abundante (em comparação com Anarres), além de riqueza extrema, mas totalmente concentrada numa oligarquia, enquanto a maioria absoluta suporta dificuldades.
Shevek tem contato com os físicos de Urras e sente que seu trabalho poderia ser melhor apreciado no planeta hierarquista. Então, fura a barreira ideológica e física entre os dois mundos e vai a Urras. Há interesses ocultos dos dois lados nessa visita, envolvendo ciência sem precedentes e insurreição.
A descoberta tem a ver com uma tecnologia-chave do universo hainiano de Os Despossuídos e outros sete romances, além de 13 contos: o ansível (ansible[^2]), que permite a comunicação instantânea entre vastidões de anos-luz.
A tecnologia se baseia na nova teoria física, em que objetos no espaço são simultâneos e não sequenciais ou lineares, a distância entre eles sendo subjetiva e não objetiva.
Em um entrelaçamento brilhante, essa especulação sobre a natureza da realidade se conecta com a utopia sociopolítica de Anarres.
Ainda criança, Shevek desafia seu professor com uma explicação matemática de um fenômeno corriqueiro. Uma pedra atirada em uma árvore, quando chega na metade do trajeto, ainda tem metade do trajeto restante para atravessar, e depois metade, e mais metade, sucessiva e infinitamente. A conclusão absurda é que a pedra nunca atingiria a árvore, segundo essa fórmula que, conceitualmente, não tem nada de errado.[^3]
O que fica implícito aí é que a matemática e a física lineares não capturam a realidade do modo como é. Isso, entre outros fatores, incita Shevek a buscar uma teoria mais coerente com a realidade.
Em algumas cenas, o livro se conecta à consagrada parábola de Le Guin Aqueles que se Afastam de Ômelas[^4]. A estória é sobre uma cidade de felicidade plena, em que as pessoas precisam autorizar que uma criança presa sofra muito para a manutenção dessa felicidade. Elas consentem justificando-se com a lógica de que valeria a pena apenas uma criança sofrer imensamente, se esse for o preço para a felicidade de milhares de pessoas.
Em uma cena de Os Despossuídos, entre outras, essa lógica também é questionada. Um motorista de trem carregando alimentos precisa escolher entre atropelar e matar algumas pessoas famintas querendo saqueá-lo, ou parar o trem e deixar saquearem, sacrificando o número muito maior de pessoas que está esperando o alimento.
Em Ômelas, algumas poucas pessoas não consentem com a tortura da criança, em nome de um bem maior. Não aceitam essa lógica. Obrigatoriamente, elas têm que sair da cidade, sacrificando o próprio bem-estar. Partem para um destino incerto, cheio de privações.
Nesse conto, não há menção ao anarquismo. Mas no conto O Dia Antes da Revolução, um tipo de prequela de Os Despossuídos, a conexão fica clara. No preâmbulo, Ursula se refere à revolucionária anarquista Odo (de Os Despossuídos) assim:
Essa estória é sobre uma daquelas que se afastou de Ômelas.
A autora tem uma definição ampla sobre o que define uma pessoa anarquista[^5]. Para ela, há algo essencial que antecede até mesmo noções sobre hierarquia e autoridade. Anarquista é “alguém que, ao escolher, aceita a responsabilidade da escolha”.
Como aquelas que se afastam de Ômelas, já que reconhecem que são elas que estão causando a tortura da criança e decidem não participar disso. Assim, aceitam o sofrimento pessoal consequente dessa escolha.
A austeridade material da vida em Anarres é um desses sacrifícios. Assim como a escuridão para onde caminham aquelas que se afastam de Ômelas.
O modo como elas enxergam o impasse sobre torturar ou não uma criança para que um número maior de pessoas tenham conforto é o seguinte: o sofrimento ou felicidade de alguém não é algo que uma equação matemática captura, não há sentido em sacrificar uma pessoa pela felicidade de mil outras.
Isso é similar à imagem de Shevek em que a pedra jamais atinge a árvore, porque tal equação matemática não captura o que acontece na realidade. Esse tipo de pensamento é um instrumento débil e insuficiente.
Shevek descobre a teoria que se aproxima mais da realidade absoluta, independente de percepções individuais subjetivas. E, de certo modo, isso é um reflexo da sociedade anarquista de Anarres, em que não pessoas não são reduzidas a números. Cada uma é valiosa pelo que é, e isso só enriquece e possibilita a expressão do todo.
O título “Os Despossuídos” é uma referência ao romance de Dostoiévski Os Possessos (de 1871, também traduzido como “Os Possuídos”, ou “Os Demônios”), em que ideologias políticas desumanizam as pessoas e chegam a validar violências diversas como um meio para fins supostamente nobres. Le Guin escreveu sua estória como um espelho invertido disso.
Reli o livro no clube de leitura Contracapa. Nas conversas, uma das perguntas que fizemos foi: “Você escolheria viver em Urras ou Anarres?” Não é uma escolha simples, porque Ursula, de modo brilhante, retrata Anarres como um lugar muito inóspito. Já Urras é como aqui, apesar das dificuldades, desigualdades e injustiças, não é um deserto (ainda) e há condições materiais relativamente abundantes.
Shevek se deslumbra com a natureza de Urras e sua riqueza, inicialmente. Ele se sentia mal em Anarres por estar alienado das outras pessoas, que não o compreendiam. Sai de Anarres também como um tipo de protesto. Entretanto, aos poucos vai conhecendo os horrores de Urras, que escondiam dele. Então, passa a dar valor a Anarres, percebendo mais nitidamente o que não conseguia ver.
As dificuldades de Anarres são todas circunstanciais: algumas pessoas difíceis, burocracias cristalizadas por aflições humanas, desastres ambientais, injustiças acidentais etc. Mas nada que não possa ser corrigido pela auto-organização das próprias pessoas. Ele e sua mulher inclusive sonham em criar uma comunidade mais genuinamente odoniana e livre, anarquista. Lá, isso é plenamente possível, nada impede.
Já em Urras, os problemas são sistêmicos. Para mudar algo radicalmente, só destruindo o sistema vigente. E qualquer movimento nessa direção é brutalmente reprimido e até aniquilado. Em uma cena que resume tudo, um ativista tem sua mão destroçada por balas porque ousou estendê-la a outras pessoas.
O fato de Anarres ser um local inóspito realça ainda mais a solidez e força de sua cultura. Por mais difícil que seja a situação, incluindo fome e escassez, nenhum colapso social jamais ocorre, devido aos valores essenciais da ajuda mútua e da associação voluntária (sem autoridades forçando nada).
É meu livro preferido de Ursula K. Le Guin, não apenas por essas discussões políticas, éticas e até pela espiritualidade cósmica laica. Nas relações humanas, também brilha como poucos.
Adoro o final. No retorno triunfal, com forte sugestão de que os valores odonianos não mais ficarão contidos num único planeta, Shevek também está radiante:
Era um homem liberto da prisão, indo para casa, para a família. Seja o que for que uma pessoa assim veja ao longo do caminho, ela vê apenas como reflexos da luz.
[Vecchia recensione esportata da altro sito]
Iniziato entro un gruppo di lettura, lasciato a metà per sospensione del gruppo, ripreso in mano e terminato di volata durante l'estate (con una pausa in corrispondenza del mare), ne è valsa la pena fino all'ultima virgola – perché The Dispossessed potrebbe essere uno dei miei romanzi preferiti di sempre, a prescindere da epoca lingua e genere. Già sapevo dal ciclo di Terramare che zia Ursula è una maestra a rendere affascinanti e tangibili le vite quotidiane di società immaginarie ma plausibili, e a farci empatizzare con le piccole grandi storie di personaggi eminentemente umani per quanto ben lontani dal nostro vissuto (il che è la forma più bella di escapismo: quella che poi ci riporta a casa), ma a questo giro la nostra ha toccato due corde che per me valgono tanto: non solo The Dispossessed è uno racconto antropologico che contrappone …
[Vecchia recensione esportata da altro sito]
Iniziato entro un gruppo di lettura, lasciato a metà per sospensione del gruppo, ripreso in mano e terminato di volata durante l'estate (con una pausa in corrispondenza del mare), ne è valsa la pena fino all'ultima virgola – perché The Dispossessed potrebbe essere uno dei miei romanzi preferiti di sempre, a prescindere da epoca lingua e genere. Già sapevo dal ciclo di Terramare che zia Ursula è una maestra a rendere affascinanti e tangibili le vite quotidiane di società immaginarie ma plausibili, e a farci empatizzare con le piccole grandi storie di personaggi eminentemente umani per quanto ben lontani dal nostro vissuto (il che è la forma più bella di escapismo: quella che poi ci riporta a casa), ma a questo giro la nostra ha toccato due corde che per me valgono tanto: non solo The Dispossessed è uno racconto antropologico che contrappone una società liberal-capitalista post-scarsità (e in tralice la speculare società comunista autoritaria) a una comunità anarchica libertaria che sopravvive caparbia nella ristrettezza, non solo tanta parte del conflitto verte su come una società orizzontale e federativa può nondimeno ricadere nella gerarchia o comunque nella stagnazione, non solo ci sono scene straordinarie e terribili di vita agraria e di movida accademica – ma in più tutto questo lo esperiamo attraverso la storia di formazione del nostro buon Shevek, che a mio parere di uomo autistico è palesemente un individuo neurodivergente con la classica combinazione di interessi assorbenti + rispetto ingenuo per le regole + penetrante senso critico, e buona parte del suo viaggio personale consiste nel costruirsi una propria comunità stretta come punto di partenza per cambiare in meglio il suo mondo (e poi il suo sistema solare) un passo per volta. È stato straordinario sentirmi così rappresentato in Shevek e Takver che diventano il cuore aggregante della loro famiglia elettiva ad Abbenay, e commuovermi fino alle lacrime per le orazioni di Shevek sul senso della lotta odoniana e la volontà costantemente rinnovata di creare un mondo nuovo e migliore – un elogio dell'anarchia positiva più potente, poetico e toccante di mille manifesti. Certo, ci sono alcune piccole sbavature d'intreccio (o grandi, nel caso di una certa scena violenta nel capitolo otto), ma se ho apprezzato di gusto un grande romanzo antitetico alla mia sensibilità quale Starship Troopers a maggior ragione sarò clemente con un testo così tanto nelle mie corde e mi "limiterò" a problematizzarlo senza fustigarlo – e a recuperare opere che siano in continuità con questo filone.
Grazie di questo capolavoro, zia Ursula; i compagni e le compagne se ne vanno ma restano nei nostri cuori, e le nostre idee continuano a indirizzarci.
Ursula K. Le Guin trata con maestría conceptos tan profundos y filosóficos como qué es la libertad en una sociedad organizada. Se acerca a cómo se organizan las sociedades mediante sus leyes y sistemas económicos. Y, además, te va descubriendo todo esto con una alternancia de capítulos entre una ubicación y otra bastante bien manejada.
Me costó que me enganchase al principio, pero luego me ha encantado. Para mí, a la altura de clásicos como Un Mundo Feliz, me ha hecho reflexionar mucho y me ha marcado.
Gran llibre! És un clàssic que m'havien recomanat molt i que ha complert les expectatives.
Gran llibre! És un clàssic que m'havien recomanat molt i que ha complert les expectatives.
Lo increíble que escribe esta mujer... Qué gigantesco ejercicio de imaginación, de luz, de humanidad. Me ha parecido precioso y real. Se ve perfectamente toda la complejidad que no se narra pero que la autora ha imaginado y considerado, y toda la voluntad de perseguir un mundo mejor.
Advertencia de contenido Spoliers
I love Ursula but this has been my least liked book of hers so I'm giving 4 stars instead of 5. I enjoyed the heavy intellectual ideas. I enjoyed the romance. I was utterly destroyed that she made this main character who I had thoroughly liked, out of nowhere sexually assault a woman because he experiences alcohol for the first time in his life. The way it's written is really fucking blaming the woman victim character while our main character dude just gets to brush it off and go on with his life as the hero and doesn't even think about this incident for even one goddamn second for the rest of the book. I know Ursula took some serious thoughts about feminism later in life and made some apologies and changes in her writing with the Earthsea series which I thought was wonderful. I really wish she had taken the time to go back and edit or at least write an apology about this. It fucking sucks. The rest of the story is great. This one scene should be deleted. It's fucking horrible. And no it's totally not believable that creating an anarchist communist society would suddenly erase rape and that rape is just an invention of capitalism and greed. Yea no. I can't bite down on that idea at all. The other heavy ideas make sense but only up to a point and then it's just like trying to say capitalism causes humans to rape. Like no fuck you. Rapists are psychopaths. They are the same as murderers. They are born with it in their brain. They cannot feel empathy. They are predators. Society can't make them do it or not do it. They exist in every society through all time. They can't be fixed either. And a man who is absolutely loving to his true love, his little daughters will not just suddenly sexually assault a woman because he got exposed to capitalism and alcohol and "went crazy." Fucking bullshit rape apology sexist bullshit. And then feel absolutely no remorse about it? Cmon!!
It's a fascinating work of speculative fiction that explores the ideas around systems of self-governance (or lack thereof), written by a brilliant thinker and writer. Some of the passages in this novel are so achingly beautiful they could turn even a salty borderline-nihilist into an idealist - even if only for a few very pretty moments.
It's a fascinating work of speculative fiction that explores the ideas around systems of self-governance (or lack thereof), written by a brilliant thinker and writer. Some of the passages in this novel are so achingly beautiful they could turn even a salty borderline-nihilist into an idealist - even if only for a few very pretty moments.
Le Guin was put the light on the despicable society whom is ours by describing through the eyes of an anarchist.
L'autrice met la lumière sur la méprisable société qui est la notre en décrivant à travers les yeux d'un anarchiste.
Le Guin was put the light on the despicable society whom is ours by describing through the eyes of an anarchist.
L'autrice met la lumière sur la méprisable société qui est la notre en décrivant à travers les yeux d'un anarchiste.
Good:
Speculative fiction at its finest.
Great society & world building, shown through a lens of a single life.
Two timelines nicely intertwine & support each other.
The scenes of hardship & revolution resonate deeply.
* Evokes the feeling of classic Sci-Fi without any problematic elements often associated with it.
Bad: ∅
For a depiction of a similar theme check out John Kessel's [b:The Moon and the Other|30753686|The Moon and the Other|John Kessel|https://i.gr-assets.com/images/S/compressed.photo.goodreads.com/books/1491126501l/30753686.SY75.jpg|51302140].
Good:
Speculative fiction at its finest.
Great society & world building, shown through a lens of a single life.
Two timelines nicely intertwine & support each other.
The scenes of hardship & revolution resonate deeply.
* Evokes the feeling of classic Sci-Fi without any problematic elements often associated with it.
Bad: ∅
For a depiction of a similar theme check out John Kessel's [b:The Moon and the Other|30753686|The Moon and the Other|John Kessel|https://i.gr-assets.com/images/S/compressed.photo.goodreads.com/books/1491126501l/30753686.SY75.jpg|51302140].
Una obra que vuelve a usar la ciencia ficción como entrada pero que es un análisis y una reflexión sobre la sociedad, desde la luna Anarres, donde la sociedad se organiza en un modo anarquista/socialissta al planeta Urras, donde tras un conflicto estos últimos fueron expulsados y donde el planeta se organiza en base a oligopolios y un capitalismo salvaje. Como nexo entre ambos mundos el protagonista intenta establecer un diálogo, intentando propiciar el desarrollo de ambas sociedades con la colaboración científica. Un libro que no deja de ser una reflexión y un golpe sobre la mesa sobre la política, la sociedad y el papel de la ciencia y los científicos.
Si hay algo que me gusta en especial de libros de esta época es que rescatan las preguntas sobre nuestra sociedad capitalista que hemos dejado de hacernos. LeGuin se atreve a soñar con nuevas maneras de aplicar el comunismo y el anarquismo haciendo que funcionen y puedan desarrollarse, dentro de los límites de nuestro gusto por la autodestrucción.
Como buena ciencia-ficción, se centra más en los mundos y en la especulación que en los personajes, y estos pueden parecer algo bidimensionales y vacíos. Shebek parece el epítome del hombre justo, pero parece increíble que nunca desfallezca, que su fe en el ser humano nunca decaiga o de que nunca tenga miedo cuando lucha por hacer lo correcto.
Cuesta hacerse al ritmo y a la prosa, al principio, pero LeGuin es buena poeta y acaba encandilando, aunque sea con su humanidad y afecto por lo que escribe.